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Inter de Limeira

Merecidamente, Inter vira sobre o Monte Azul e sobe para a Série A-2

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Por Edmar Ferreira

Após uma longa espera, mais precisamente de nove anos, ou 3.324 dias, a Internacional está de volta a Série A-2 do Campeonato Paulista. Mas foi sofrido demais. Uma virada épica no Limeirão diante de oito mil presentes, no sábado à noite.

Quando o projeto é bem elaborado e pessoas honestas e determinadas fazem parte dele, é quase impossível dar errado. A Inter se organizou, se reestruturou, teve Celso Potechi à frente de tudo, contou com o apoio de empresários que abraçaram a causa e renovou com João Vallim logo após a A-3 do ano passado. O treinador ganhou carta branca para trazer o elenco que sempre trabalhou com ele. E deu muito certo.

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Estava escrito que esse era o ano do Leão. E que por mais dificuldades que fossem encontradas, ninguém conseguiria acabar com esse sonho, nem mesmo o bom time do Monte Azul, que valorizou demais o acesso.

E que se não desse certo e a Inter não subisse, poderíamos ter o fim do futebol limeirense em termos de motivação, uma vez que o Independente caiu para a última divisão. Quando a Inter conseguiria colocar novamente oito mil pessoas no Major Levy se não subisse esse ano?

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O acesso poderia virar roteiro de filme. O resumo na capa do DVD seria mais ou menos assim: “Um time guerreiro que saiu atrás, que perdeu dois titulares machucados no primeiro tempo e que tinha no banco de reservas um jogador recuperado de uma fratura, que simplesmente entrou e marcou os dois gols da virada”. Que filmaço, aqueles do tipo motivacional.

JOGO

A grande preocupação do torcedor leonino era a ausência de Nikão. Suspenso pela expulsão no jogo de ida em Monte Azul, no empate por 1 a 1, o zagueiro foi substituído por Gean. E que partida fez o reserva. Foi simplesmente impecável e jogou com muita personalidade.

O início da Inter foi fulminante. Wesley e Lucas Douglas desciam com facilidade, apoiados principalmente por Balardin. Aos 5 minutos o chamado “cartão de visita”, quando Wesley recebeu pela esquerda, trouxe por dentro e mandou uma bomba por cima do gol.

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O lance incendiou o Limeirão. Aos 19, o volante Marquinhos perdeu uma chance incrível, quando recebeu cruzamento da esquerda de André Mocóca, e livre de marcação na área, cabeceou torto, perdendo a oportunidade de marcar seu primeiro gol pela Veterana.

Aos 22 minutos, em outra jogada envolvente do Leão, André Mocóca serviu Calixto, que parou na defesa de Wandinho. Cinco minutos depois, em outra escapada de Wesley, a bola foi rolada para Teco, que exagerou na força, mandando por cima.

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O Monte Azul não conseguia passar do meio de campo e tinha apenas a opção das bolas paradas. Na primeira cobrada pelo volante Gilmar, defesa tranquila de Rafael Pin. Já na segunda aos 35, a bola bate na mão de Calixto e o árbitro Thiago Duarte Peixoto marca pênalti. Ninguém reclamou.

O meia Matheus Borges, que voltou a ganhar a condição de titular no Monte Azul, cobrou rasteiro e Rafael Pin acertou o canto esquerdo, mas a bola passou por baixo do goleiro: 1 a 0 e festa dos 100 torcedores do Azulão presentes ao Major Levy.

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Logo em seguida o técnico João Vallim é obrigado a mexer pela primeira vez com a contusão de Balardin, que vinha muito bem na partida. O limeirense Vinícius Pedalada entrou em seu lugar.

A situação se complica ainda mais, quando André Mocóca sente uma lesão após lançamento. O jogador atua no sacrifício nos minutos finais, mas acaba substituído no intervalo.

Dois possíveis pênaltis foram reclamados pelos jogadores da Inter no fim da primeira etapa. O árbitro, aquele mesmo que foi punido por 60 dias após expulsar erroneamente Gabriel no clássico Corinthians 1 x 0 Palmeiras, entendeu que os dois arremates bateram nas mãos dos defensores e que não houve a intenção dos mesmos.

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Aos 47 minutos, na falta cobrada por Vinícius Pedalada, a defesa do Monte Azul afasta e Wesley pega de sem pulo. A bola raspa a trave de Wandinho. Os torcedores da cativa gritaram gol. Foi por pouco.

VIRADA

Eis o destino que o escolhido para o lugar de André Mocóca fosse Éder Paulista. O jogador que marcou o primeiro gol da Inter na A-3, diante do Paulista no Limeirão, virou o herói do acesso. E olha que o goleador perdeu 90% do campeonato em razão de uma fratura na perna, ocorrida na segunda rodada em São Carlos.

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Foi um segundo tempo tenso, nervoso em que a Inter sabia que não poderia errar. Vallim pediu para Carlão “guardar a casinha” para evitar contra-ataques, em especial com o rápido Danilo Medeiros.

A Inter foi com tudo para cima do Monte Azul. Éder Paulista, Tom e Wesley criaram as três primeiras chances da etapa complementar.

Até que aos 15 minutos o Limeirão quase veio abaixo. Na jogada rápida de Vinícius Pedalada pela direita, o ala recebe de Lucas Douglas e cruza na medida para o voleio de Éder Paulista. Um golaço: 1 a 1.

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Porém o jogo ainda era perigoso e aos 24, um susto nos leoninos. Jean, que tinha acabado de entrar no Monte Azul, recebe na esquerda e manda cruzado, na rede pelo lado de fora.

Aos 31, Wesley partiu para cima da marcação, trouxe por dentro e mandou cheio de curva para o gol. Se a bola não tivesse sido desviada na defesa, fatalmente entraria. Caprichosamente, a gorduchinha do vice-artilheiro da Era João Vallim raspa a trave de Wandinho.

Aos 32, em nova descida de Vinícius Pedalada, Marquinhos resvala e Éder Paulista tenta a virada com um toque de primeira na pequena área. Atento, Wandinho segurou.

O gol do acesso foi chorado, mas muito comemorado. Lucas Douglas recebeu pela direita e levantou para a área. A defesa tirou parcialmente e Teco experimentou da entrada da área. Wandinho deu rebote e o oportunista Éder Paulista conferiu: 2 a 1.

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Na arquibancada o que se via era o choro dos torcedores. A vibração era intensa. Parecia que a Inter tinha vencido uma Taça Libertadores, tamanha angústia por deixar logo a Série A-3.

No gramado, Éder Paulista só chorava. O atacante trabalhou duro em sua recuperação para que pudesse viver esse momento. Uma explosão de alegria no Limeirão, como há muito tempo ma gente não via.

O Monte Azul sentiu o golpe e ficou entregue em campo. Não tinha mais forças para reagir. E ainda quase sofreu o terceiro gol, quando Lucas Douglas cruzou na medida para Tom, que inacreditavelmente furou na pequena área, deixando de marcar seu 11º gol na temporada.

Mas o árbitro queria jogo. Deu cinco minutos de acréscimo e depois mais dois. Era um sofrimento só. João Vallim ainda colocou o volante Luís Roberto para ajudar na defesa.

Quando Thiago Duarte Peixoto encerrou a partida, o Limeirão veio abaixo. Uma alegria contagiante. A família Vallim foi comemorar a subida com a torcida. Era impossível conter as lágrimas.

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Ficha Técnica

Internacional 2 x 1 Monte Azul

Gols – Matheus Borges, de pênalti, aos 35 minutos do 1º tempo; Éder Paulista aos 15 e aos 40 minutos do 2º tempo.
Local – Limeirão
Árbitro – Thiago Duarte Peixoto
Auxiliares – Mauro André de Freitas e Osvaldo Apipe de Medeiros Filho
Público – 8.034
Renda – R$ 94.430,00
Internacional – Rafael Pin; Balardim (Vinícius Pedalada), Carlão, Gean e Calixto; Marquinhos, Teco e André Mococa (Éder Paulista); Tom, Wesley e Lucas Douglas (Luis Roberto). Técnico – João Vallim.
Monte Azul – Wandinho; Carlinhos, Cezane, Trevisan e Renan; Gilmar (Arthur), Pepe, Marcelinho (Jean) e Mateus Borges; Matheus Oliveira (Dener) e Danilo Medeiros. Técnico: Rafael Guanaes.
Ocorrências – Calixto, André Mococa e Éder Paulista (IN); Jean e Danilo Medeiros (MA).

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*** Fotos – Mário Roberto/ Gazeta de Limeira

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