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Pelo visto, Arte da Bola pretende ficar no Independente até 2020

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Entrevista feita por Denis Suidedos

Há sete rodadas do término da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A-3, com 21 pontos em disputa, o Independente encontra-se com 7 pontos, a 10 do primeiro time que não cairia, que é o Taboão da Serra, hoje com 17 pontos.

O time, que tem a Arte da Bola como gerenciadora do futebol, enfrentará ainda o São José (casa), Flamengo de Guarulhos (fora), Monte Azul (casa), Desportivo Brasil (casa), Catanduvense (fora), Portuguesa Santista (fora) e Olímpia (casa).

Em conversa na manhã de ontem, Anivaldo dos Anjos, pai do presidente da Arte da Bola, Pedro Henrique dos Anjos, falou com a reportagem sobre diversos assuntos, onde afirmou que tem contrato com o Independente até 2020 e que, neste momento, o clube deve a empresa cerca de R$ 180 mil.

Gazeta – Em caso de queda, a Arte da Bola continuará no clube?

Anivaldo – Temos contrato até 2020 e ele será cumprido até o final. A menos que se chegue no acordo entre as partes, onde faríamos uma rescisão amigável, equacionando as pendências.

Gazeta – Que pendências?

Anivaldo – Hoje, com bloqueios judiciais que recaíram nas verbas da Arte da Bola, o Galo acumula um débito de aproximadamente R$ 180 mil conosco. As ações de 2008, 2011 e 2012 deram origem a um mandado de bloqueio de R$ 300 mil nas cotas que, por contrato, são da Arte da Bola.

Gazeta – Alguma outra dívida?

Anivaldo – Depois que assumimos 100% do futebol do clube, a receita de bilheteria, que geralmente é negativa, ficou com a Arte da Bola, com 10% para o Galo. Porém, os bloqueios anteriores de 2008 a 2013 recaem agora. Além desses bloqueios, 30% da bilheteria vão para ações trabalhistas e 30% para o pagamento de conta de água atrasada, inclusive do Clube de Campo.

Gazeta – Existe a possibilidade de vocês venderem a Arte da Bola?

Anivaldo – Aí é negócio. Se aparecer proposta que interesse, tenho que conversar com os parceiros, que estão com a N&A Assessoria Esportiva. Se for interessante, negocia-se. Tudo hoje passa por um acordo com os nossos parceiros.

Gazeta – Qual o valor da rescisão de contrato?

Anivaldo – Em caso de rompimento, de qualquer parte, R$ 600 mil. Mas isso não seria o problema para uma rescisão amigável, desde que equalizem-se as pendências.

Gazeta – Em São Paulo, contra o Nacional, o senhor disse que livraria o time do rebaixamento e, depois, entregaria para os abnegados. Acha que ainda dá?

Anivaldo – Vamos tirar sim. Deixaremos acertada a parte de documentação, faltam alguns reconhecimentos de firma, mas estamos caminhando e deixaremos isso redondo, pois o Independente merece. Deixaremos o clube na Série A-3 e depois, assumem as pessoas que sempre tocaram com competência, honestidade, que sempre levaram o Galo com seriedade. Acho que este é o grande problema, te falei um dia, no último jogo em casa. Uma pessoa nos procurou e conversamos por quase uma hora. Nós, da Arte da Bola, Fátima, Pedro e Eu, batemos de frente com interesses que nem nós sabíamos que existiam, interesses espúrios e isso incomoda, mas enfim, fui entender isso só agora, dois anos depois.

Gazeta – Acabou o dinheiro da Arte da Bola? A Lava Jato interferiu na queda de rendimentos?

Anivaldo – A Arte da Bola não tem nada a ver com isso. Meu escritório advoga para algumas empresas, pessoas, que estão envolvidas na Lava Jato. Este é um problema para essas empresas, não para a minha. A dificuldade é conjuntural. Não acredito que exista algum empresário que trabalhe sério neste país que não passe dificuldade. Uma empresa como a nossa, pequena, familiar, que trabalha em três anos para ter uma determinada receita e recebe um bloqueio de R$ 300 mil, sofre, de fato, um desequilíbrio.

Gazeta – Se a Arte da Bola sair, deixará dívida ao clube? De recolhimento de impostos ou salários de jogadores ou funcionários?

Anivaldo – Não vai ficar nada para trás. O que tem é uma pendência e um bloqueio que é exclusiva do Independente Futebol Clube que, evidentemente, trouxe um desequilíbrio para a empresa que toca o futebol. O resto é conversa de quem não tem o que falar.

Gazeta – Não há pendência com jogadores ou funcionários?

Anivaldo – Temos algumas pendências com jogadores que disputaram a Copa Paulista. Existe também com um atleta da Série A-2, que está na Justiça. Outro desacordo com o dr. Adolfo Nabas, que estamos estudando, além do Gregory Buck, fisioterapeuta. Fora isso, algumas ações trabalhistas que estamos acompanhando.

Gazeta – O senhor é conselheiro do clube?

Anivaldo – Sim, há dois anos.

Gazeta – O mandato da Fátima dos Anjos termina este ano. O senhor será o candidato?
Anivaldo – Não. A princípio, não. Até pensei neste hipótese, faz um tempo, até para dar sequência e não acontecer o que vinha acontecendo, mas hoje, por mim, não.

Gazeta – Nem o Pedro Henrique? Quem daria sequência, então?

RESPOSTA – Fica para os abnegados, né. Os torcedores, para quem leva isso a sério. A gente deve ter conflitado com muitos interesses na cidade, com os abnegados, como vocês costumam dizer. Aí os torcedores, as pessoas de ilibada reputação, vão tocar isso aí.

*** Entrevista publicada na Gazeta de Limeira de hoje

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