Por Edmar Ferreira
É possível um atacante ficar dois anos sem marcar um gol? No caso de Jow a resposta é “sim”.
Imagine um time inteiro te abraçando após um gol. Foi exatamente o que aconteceu com o jogador na vitória da Internacional por 3 a 0, quarta-feira em Marília, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista da Série A-3.
O tão sonhado primeiro gol com a camisa leonina demorou quase mil minutos para acontecer, ou seja, dez jogos e meio.
Mas esses números aumentam consideravelmente se lembrarmos a data do último gol de Jow. Foi no dia 3 de maio de 2015, quando atuava pelo rival Independente. O atacante balançou a rede no empate por 2 a 2 com o Oeste, em Itápolis, no jogo que valia acesso ao Galo.
Naquele ano, Jow foi o principal artilheiro do time comandado por Álvaro Gaia com 10 gols. Depois de vestir a camisa galista, Jow foi contratado pelo Bragantino para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Teve poucas oportunidades e não marcou sequer um gol.
No ano passado, acertou com a Portuguesa, mas se lesionou no segundo dia de treinos, perdendo toda a temporada. O atacante estava sem clube quando acertou com a Internacional.
Jow achava que novamente passaria em branco, pois criou três chances incríveis no primeiro tempo em Marília e a bola insistia em não entrar.
“Logo no início recebi de frente para o gol e o zagueiro do Marília salvou. Era gol na certa. Depois, o goleiro deles fez uma grande defesa em uma finalização minha na entrada da área. Já num cruzamento do André Mocóca pela esquerda eu escorei entre os zagueiros e a bola raspou a trave. Fiquei indignado, balançando a cabeça. Tava difícil acreditar que eu estava passando por essa situação. Perguntava porque só comigo a bola não entrava”, contou.
Mas aos 40 minutos do 2º tempo, finalmente o desejado e almejado gol surgiu. Após assistência de André Mocóca, Jow recebeu na área e mandou forte de perna direita, sem chances para Eder.
“Foi uma alegria imensa. Eu só queria abraçar o João Vallim, que acreditou em mim todo esse tempo. Um atacante vive de gol e eu fiquei 10 jogos sem marcar. Mesmo assim segui como titular. Isso é uma prova de que o professor Vallim sabe do meu potencial e do que eu posso render em campo. Nada mais justo que abraçá-lo”, comentou.
E após pular sobre Vallim, o time inteiro da Inter foi abraçá-lo. “Isso não tem preço. Nosso time está unido demais. Aqui todos torcem pelo nosso sucesso, independente de estar jogando ou não. Foi um alívio marcar esse gol. Eu estava precisando mesmo. Já estava ficando incomodado com essa secura. Quem sabe seja o primeiro de vários que virão por aí”, completou.
E a alegria foi ainda maior, pois além de se reabilitar das duas derrotas seguidas sofridas para Flamengo e Monte Azul, a rodada foi perfeita e o Leão reassumiu a liderança da Série A-3 com 23 pontos, graças ao tropeço do Olímpia para o Comercial, em Ribeirão Preto, por 1 a 0.
E Jow estará em campo amanhã contra o Comercial, às 19h, no Limeirão.
*** Foto – Alexandre Lourenção/Jornal da Manhã de Marília