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Um pouco da vida do querido Celino, do CT Pinóquio, que nos deixou no sábado

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Por Edmar Ferreira

O esporte limeirense amanheceu triste ontem. Faleceu aos 61 anos, Juscelino Dias, o querido e popular Celino, do CT Pinóquio. Segundo seu irmão Luiz Henrique Dias, o ex-goleiro Pinóquio, passou mal durante a madrugada e não resistiu. Teria sido vítima de um infarto.

Celino trabalhava muito. Era intenso. Gostava de receber a imprensa em seu CT e sempre foi parceiro dos times amadores e da Copa Gazeta.

No domingo passado, Celino disse: “tenho tantos planos para meu CT, que não sei se estarei vivo para ver”. Mal sabia ele, que sua partida seria na semana seguinte.

Em entrevista ao repórter João Valdir de Moraes, na Janela do João de 2015, Celino disse que sentia muito a falta do pai Gerônimo Dias, que foi quem o ensinou a lidar com a terra e valorizar as coisas que tinha.

Formado em administração pelo Isca, Celino sempre afirmava que gostava de andar sujo, com chapéu de palha e pegando no pesado. “Se um dia me verem de terno e gravata, pode ter certeza que não sou eu”.

Celino contou na entrevista que seus avós tinham muita terra e que dividiu para os filhos. Seu pai ficou com oito alqueires. Como Pinóquio estava em alta no futebol, inclusive sendo convocado para a seleção brasileira, o primeiro objetivo era montar uma escolinha no local.

Mas Celino disse que teve muito prejuízo e acabou optando por construir um CT para fins lucrativos. “Na época o que eu fiz pode ser considerado uma loucura. Mas não me arrependo de nada. Faria tudo novamente”, frisou.

Celino confidenciou que chegou a pensar em vender o CT Pinóquio ou fazer uma parceria com uma construtora para que quatro edifícios fossem construídos no local, garantindo a aposentadoria de toda a família. A ideia só não foi adiante porque sua mãe Ercília Giusti Dias não queria.

Celino, que trabalhou na Fumagalli e na Varga, era mestre em mudas e paisagismo. Prestava serviços como poucos. “Tudo o que eu tinha eu investi no CT”, afirmava.

Casado com Eliete de Lima Dias, com quem estava há 42 anos, Celino tinha uma grande frustração: não ver o filho Léo Dias como jogador profissional. Uma de suas maiores felicidades foi ver o atacante na base do Grêmio de Porto Alegre. Mas para sua tristeza, o prodígio, que era bom de bola, não deu sequência na carreira. Celino deixou mais dois filhos, Lucas e Celine.

Nos anos 70, Celino jogou futebol. E na entrevista deixou toda a modéstia de lado ao afirmar que hoje seria tranquilamente seleção brasileira. Como ponta-esquerda defendeu Cauí, América, Boa Vista e Marrafon, sempre como titular.

Curiosamente, disse que torcia para Corinthians e Santos. Em Limeira, disse que não tinha preferência entre Internacional e Independente. Celino foi enterrado ontem em Iracemápolis e em todos os jogos do Campeonato Amador desta manhã foi respeitado um minuto de silêncio.

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