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Cria de Tite no Corinthians, Nikão é uma das armas da Internacional

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Por Edmar Ferreira

Quando tem falta ou escanteio em favor da Internacional, o torcedor leonino já se levanta nas arquibancadas do Limeirão ou coloca o rádio mais perto do ouvido quando o jogo é fora de casa. Isso porque, Nikão vai para a área e com ele sempre existe uma chance clara de gol.

Exímio cabeceador, Nikão vive um ótimo momento no Leão. Além de ser titular absoluto de João Vallim, é um dos mais queridos pela torcida, até por sua entrega em campo. A raça impera e com ele não tem bola perdida.

Nikolas Mariano da Silva viveu uma semana diferente, afinal de contas, marcou seu primeiro gol no Limeirão. E para variar foi de cabeça, após cobrança de escanteio de Vinícius Pedalada. Seu gol selou a goleada sobre o Audax por 4 a 1, de virada, na estreia da Série A-2.

Nascido em 04/03/1993 na zona leste em São Paulo, Nikão é filho do despachante José Mariano da Silva, um santista que não perde um jogo da Inter, e da enfermeira Francisca Dilva da Silva. “Não é Dilma hein”, sorriu. O fã do Racionais tem uma irmã, Jhéssika, de 26 anos.

Seu início de carreira foi na Portuguesa de Desportos. Foram três anos na Lusa até se transferir para o Corinthians, onde permaneceu por 12 temporadas.

Nikão participou de duas edições da Copa São Paulo de Juniores pelo Timão, sendo campeão em uma delas, em 2012, diante do Fluminense, com a vitória por 2 a 1, dois gols do seu companheiro de zaga Antônio Carlos, hoje no Palmeiras.

Foi o técnico Tite que o puxou para treinar no time de cima e o profissionalizou. Mas não teve oportunidades no time de Parque São Jorge e acabou sendo liberado em 2015, com o término do seu contrato.

Do Corinthians, Nikão foi para o Vasco da Gama, onde ficou quase dois anos. Pouco aproveitado em São Januário, foi emprestado ao Oliveirense de Portugal. O becão já tinha atuado no futebol português anteriormente, defendendo o Belenenses. Marcou inclusive um gol.

O ano de 2016 foi o mais difícil da carreira do zagueiro. “Não apareceu nenhum clube e fiquei parado, jogando apenas o amador no meu bairro em São Paulo. Cheguei até a pensar em largar o futebol, pois não via nenhum horizonte, nenhuma perspectiva. Minha família foi muito importante para mim e não deixava meu sonho morrer. Graças a Deus deu certo”, confidenciou.

 

chico macaco

 

Eis o destino que um telefonema mudasse completamente esse panorama. “João Vallim me ligou e me convidou para jogar na Inter. Não pensei duas vezes e aceitei na hora. Foi a melhor coisa que fiz”, frisou.
Nikão se apresentou cinco quilos acima do peso na Inter, mas teve um anjo da guarda o tempo todo ao seu lado, o preparador físico Luis Fernando, um dos mais competentes do nosso país. “Com a vontade que eu estava de jogar não foi difícil entrar em forma. Em pouco tempo estava pronto, à disposição do professor”, lembrou.

E sua estreia pela Inter foi com muito suor, mas também com “sangue a bangu”, como diz o repórter César Roberto. Logo no começo da partida contra o Paulista de Jundiaí, no Limeirão, pela Série A-3, Nikão recebeu uma cotovelada e levou três pontos na orelha.

Naquele jogo o Leão tinha apenas um uniforme, tamanha dificuldade financeira na época, e com sangue o árbitro não autorizava seu retorno. Sua camisa precisou ser lavada à beira do gramado pelo massagista Braguinha para que ele pudesse voltar.

E Nikão voltaria a ganhar mais alguns pontos na Copa Paulista, mais precisamente no jogo de volta das quartas de final contra o Linense, também no Major Levy. “Recebi outra cotovelada e tomei mais três pontos, agora no supercílio. Sorte que o árbitro viu e expulsou o atacante deles. Vou levar essas cicatrizes para sempre”, destacou.

Nikão tem os pés no chão e sabe que se continuar desta forma, vai em breve chegar a um clube grande. Mas sobre esse assunto ele fez uma média com a Inter. “Em um grande time eu já estou, quem sabe eu chegue em um gigante. Quem sabe eu volte ao Corinthians. Jogar na Europa é um segundo plano, pois sou muito ligado a minha família, mas a parte financeira neste caso conta muito. Neste momento quero marcar meu nome na Internacional”, frisou.

Nikão gostou e aprovou o apelido que ganhou do narrador esportivo Edmar Ferreira em suas transmissões pela Rádio Educadora 1020 AM: Réver do Limeirão. “Ser comparado a um zagueiro como o Réver, do Flamengo, me deixa muito feliz. Gosto de poucos zagueiros, mas o flamenguista é muito firme e excelente no jogo aéreo. Sou muito fã dele. O apelido pegou e quero sempre justificá-lo”, elogiou.

Já são três gols em 38 jogos com a camisa da Inter. Os dois primeiros foram fora de casa, contra Marília, de falta pela A-3, e Linense, de cabeça, após escanteio cobrado por Malcoon na Copa Paulista.
Nikão disse que a mudança nas cobranças de escanteio facilitaram seus cabeceios.

“Antes as bolas vinham fechadas, na primeira trave. Como não estávamos tendo sucesso, o professor João Vallim pediu para o Vinícius Pedalada, Calixto, Malcoon, Moisés e agora o Zé Mateus cobrarem mais aberto. Passamos a marcar gols de bola parada. Eu gostei desta mudança”, sorriu.

O zagueiro também vive um ótimo momento fora das quatros linhas. Sua esposa Sâmia Rochelly tem sido seu porto seguro.

“É a mulher da minha vida. São seis anos juntos e um mês casados. Ela me apoia muito mesmo. Fica em São Paulo sozinha e isso é muito difícil para nós. Mas ela sabe que estou lutando para o nosso futuro e se Deus quiser dará tudo certo”, completou emocionado.

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