Por Edmar Ferreira
Mesmo não sendo o campeão do NBB 11, o Botafogo/RJ foi a grande sensação da competição. Com um orçamento bem mais baixo do que as potências do basquete brasileiro, o Fogão encarou de igual para igual os adversários e fez bonito.
A maior prova de que a temporada foi positiva, foram os aplausos da exigente torcida botafoguense ao time após a eliminação para o Flamengo, em casa, no quarto jogo do playoff semifinal.
Grande parte deste sucesso do time carioca se deve a um limeirense. Jece Leite levou para o Botafogo o esquema tático que implantou na Winner/Limeira, quando era assistente de Dedé Barbosa.
Jece trabalhou com Léo Figueiró, que merecidamente foi eleito o melhor técnico da competição, superando o campeão Gustavo di Conti e o vice Helinho.
O Botafogo foi aplaudido e reconhecido também pelos adversários, como dono de um basquete bonito e eficiente.
Foram quase 40 jogos nesta temporada. No Campeonato Carioca o Fogão foi vice-campeão, perdendo o título para o Flamengo.
No Super 8, o time carioca eliminou o Pinheiros, porém caiu diante de seu arquirrival Flamengo.
Já no NBB, o alvinegro eliminou nos playoffs o São José (2 x 0) e o Pinheiros (3 x 2) – venceu o quinto jogo em São Paulo. Mas aí apareceu o Mengão novamente em seu caminho.
Jece está vivendo um dos melhores momentos de sua carreira. Seu nome é bem visto pelos rivais e novas propostas tendem a surgir, até para ser o técnico principal, como foi o caso do Caxias.
Jece iniciou no basquete aos 16 anos, como armador do Nosso Clube. Em 1997 decidiu parar e passou a comandar o time Sub-12. Foi subindo de categoria até chegar ao Mirim.
Em 1999, ganhou o Estadual Pré-Mini, naquela equipe que tinha como destaque o promissor Caio Ranchez. No ano seguinte ganhou o mesmo campeonato, só que na categoria Mirim.
O auge de sua carreira como treinador da base foram nos anos de 2014, 2015 e 2016 onde conquistou praticamente tudo o que disputou.
Foi técnico da seleção feminina de Limeira e conquistou a medalha de ouro dos Jogos Regionais de 2004, realizados em nossa cidade.
Foi bronze na disputada LDB, a Liga de Desenvolvimento. Na mesma temporada, outro terceiro lugar, desta vez com a Winner no NBB – a equipe caiu nas semifinais para o Flamengo.
Teve o nome marcado na história do nosso basquete ao compor a comissão técnica da Winner em sua única competição fora do país, o Campeonato Sul-Americano no Uruguai.
Jece lembra com carinho dos bons momentos vividos pela Winner. “Ganhamos até do Boca Juniors em plena Argentina. Foi muito triste o fim das atividades da nossa equipe. Limeira sempre respirou basquete”, lamentou.
Em 2017, Jece trabalhou de assistente de Gustavo Montanha em Rio Claro. Em 2019 comandou o juvenil rio-clarense. Até que em abril do ano passado veio o convite de Léo Figueiró para compor a comissão técnica do Botafogo, que tinha entre os destaques o norte-americano Jamal e o ala Cauê Borges, filho do ex-ala Chuí.
Foi uma escolha pra lá de acertada. A tendência é o prosseguimento do trabalho no Rio de Janeiro. Em agosto já tem o Campeonato Carioca.
O maior sonho de Jece Leite, esposo de Palloma Lima Leite e pai da pequena Alícia, é um dia comandar a equipe limeirense novamente. “Sonho e tenho certeza que um dia teremos o nosso basquete de volta. Limeira merece um time”, completou.
Ganhei a camisa do Botafogo de Jece Leite
Veja a entrevista de Jece Leite no Pimba nos Esportes da Rádio Mix