Por Edmar Ferreira
O ex-lateral-esquerdo Kleber esteve ontem no Sesi, de Limeira, onde participou de uma partida amistosa. Seu time, o Kleber FC, de São Paulo, enfrentou o Bahamas, de nossa cidade. Antes do jogo, nos concedeu uma entrevista exclusiva.
Pelo Corinthians, Kleber ganhou três Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e um Mundial. Foram 260 jogos e 8 gols marcados. Pelo Santos, disputou 180 jogos e marcou 14 gols. Já pelo Inter/RS foram 226 partidas e 13 gols. Também vestiu as camisas de Hannover, da Alemanha e Basel, da Suíça. Encerrou a carreira em 2004 no Figueirense.
Por que você tinha tanta facilidade para cruzar?
Essa era uma das minhas características marcantes. Eu treinava excessivamente, desde a base. Aí fui adquirindo experiência e aperfeiçoando os cruzamentos. A cada dia eu melhorava. Bom para os atacantes, pois a maioria se deu bem comigo (riu).
Aquele lado esquerdo do Corinthians até hoje é comentado?
Com certeza. Onde eu vou tem sempre alguém que fala do lado esquerdo do Corinthians comigo, Gil e Ricardinho. Realmente tínhamos um grande entrosamento. A gente sabia onde cada um se posicionava e o que pretendíamos fazer. As jogadas saíam com tranquilidade. O Luizão fez muitos gols através de jogadas que nasciam em nosso setor. Depois ele foi para a Alemanha e veio o Guilherme, que também se aproveitou. O professor Carlos Alberto Parreira foi importante para aquele time, que ficou marcado pela eficiência.
Os palmeirenses vivem comparando o Palmeiras de agora com o de 1993. E o Corinthians de 2000 campeão Mundial com você na esquerda e o Timão de Tite de 2012, que foi bi, tem comparação?
Comparar esses dois times fica muito difícil. Talvez tenha faltado para a nossa geração um título da Libertadores, que o elenco de Tite conseguiu. Era uma conquista que faltava e era muito cobiçada pelos torcedores. Só temos que parabenizar os dois elencos, que eram excelentes e ficaram para sempre na história do clube.
Você jogou muito tempo no Corinthians, Santos e Inter. Hoje em dia é difícil o jogador ter identificação com o clube?
Eu acredito que a parte defensiva é mais fácil. Os clubes querem vender mais os jogadores do meio para frente para fazer dinheiro. Graças a Deus eu sempre mantive um bom nível nos clubes que defendi.
Você se aposentou no Figueirense em 2014. Não dava para jogar mais um pouco?
Quando sai do Internacional/RS em 2013, fiquei seis meses sem clube, treinando sozinho. Isso dificultou o meu fim de carreira. Em seguida acertei com o Figueirense e me deram uma carga alta de trabalho, até para que eu entrasse em forma rapidamente. Joguei os quatro primeiros jogos e senti contra o Cruzeiro. Depois contra o Sport voltei a sentir. Após exames, fui informado que teria que ficar quatro meses em tratamento. Preferi parar e encerrar a carreira. Confesso, foi uma decisão acertada. Não me arrependi.
Você fez 21 jogos pela seleção brasileira. Poderia ter sido mais convocado?
Quando fui para a Alemanha e depois para a Suíça, fiquei um tempo afastado do radar nacional e por isso, não era convocado. Mas tive minhas oportunidades na seleção sim. Talvez tenha me faltado a convocação para a Copa do Mundo de 2010. Eu estava bem na época e até merecia ser chamado. Mas respeito a opinião do técnico Dunga. Não guardo mágoas, até porque depois ele me treinou no Internacional. Sei que dei minha parcela de contribuição ao nosso selecionado.
E hoje, o que você faz?
Eu tenho uma empresa em São Paulo junto com o Carlos Alberto. Gerenciamos a carreira de atletas. Estamos começando este trabalho, mas estamos bem e crescendo.