Por Edmar Ferreira
Evair, maior centroavante da história do Palmeiras, esteve em Limeira na sexta-feira. Foi entrevistado no programa Pimba nos Esportes da Rádio Mix 770 AM e participou da palestra de Mário Cortella, no Nosso Clube.
Na lista dos 10 maiores artilheiros do Verdão, com 127 gols em 245 jogos, o “moço de Crisólia”, em Minas Gerais, como sempre narrava o saudoso Fiore Gigliote, contou várias passagens de sua carreira.
Lembrou que seu primeiro gol como profissional foi exatamente na Internacional, em pleno Limeirão, pela Copa Rayovac de 1984. Foi seu primeiro jogo pelo Bugre sob o comando de Lori Sadri. “Confesso que nem dormi direito aquela noite, tamanha alegria por marcar meu primeiro gol”, frisou.
Disse que seu maior companheiro de ataque foi João Paulo nos bons tempos de Guarani. “Ele cavava muitas faltas e pênaltis e além disso, não era egoísta. Pena que não sabia marcar gols”, sorriu.
Lembrou do pênalti não marcado em favor do time campineiro na final do Brasileirão de 1986, no Brinco de Ouro da Princesa, contra o São Paulo. “Seríamos campeões, pois eu não erraria aquele pênalti. Infelizmente fomos prejudicados e no fim o Tricolor levou nos pênaltis”, lamentou.
Para Evair, o gol mais importante de sua carreira foi na final do Paulistão de 1993 contra o Corinthians, que fez o Palmeiras sair de uma incômoda fila de 16 anos sem título. “A tensão era grande naquele dia. A preleção do Vanderlei Luxemburgo foi em cima da imitação de porquinho que o Viola fez no primeiro jogo. Isso incendiou nosso elenco”, contou.
E foi o gol de pênalti de Evair que deu o título ao Verdão. “O goleiro Ronaldo tinha sido expulso e levou com ele injustamente o Tonhão. O Wilson Macarrão foi para o gol. Foi complicado para mim, pois treinávamos juntos no Guarani. Ele sabia como eu batia. Além disso, o César Sampaio sempre vinha em minha direção nos pênaltis e falava em nome de Jesus. Dessa vez ele demorou para chegar até mim. Confesso, estava nervoso naquela cobrança. Mas graças a Deus deu certo”, confidenciou.
Outro gol destacado pelo ex-centroavante foi o da final da Taça Libertadores da América contra o Deportivo Cali, no Palestra Itália. “Eu estava no banco de reservas e quando fui para o jogo, logo surgiu o pênalti. Eu tinha estudado o goleiro Dudamel, que gostava de sair antes nos pênaltis. Isso facilitou minha cobrança”, salientou.
Seleção
Evair lamentou não ter ido para a Copa do Mundo de 1994, quando marcou 53 gols na temporada – Carlos Alberto Parreira optou por Viola. “Um centroavante que marca essa quantidade de gols em um único ano merecia estar no Mundial. Joguei a Copa América e as Eliminatórias e fiquei fora da lista. Realmente isso ficou marcado em mim, pois eu cresci sonhando em defender a seleção, não jogar em Barcelona ou Real Madrid”, disse emocionado.
O goleador contou suas passagens pelo futebol italiano e japonês. Está no Hall da Fama da Atalanta de Bérgamo, onde fez dupla de ataque com o argentino Cláudio Canniggia.
Passou também por Atlético/MG, Vasco da Gama (foi campeão brasileiro de 1997 formando dupla de ataque com Edmundo), Portuguesa, São Paulo, Goiás (precisou operar uma hérnia de disco), Coritiba e Figueirense.
Depois de pendurar as chuteiras, virou treinador. Seu primeiro time foi o Vila Nova/GO e de cara chegou a final do Estadual, perdendo o título para o CRAC de Catalão. Em 33 jogos, conseguiu 14 vitórias, 9 empates e 10 derrotas. Comandou em seguida Anápolis, CRAC, Itumbiara e Uberlândia. Trabalhou também na base da Ponte Preta.
Para completar, Evair contou que é santista, mas que seu pai é corintiano. “Quando joguei pelo Palmeiras meu pai virou palmeirense. Quando deixei o Verdão a primeira coisa que ele fez foi voltar a ser corintiano. Não tive o que fazer”, sorriu.
Assista ao programa na íntegra: