Por Edmar Ferreira
Foi sepultado hoje à tarde o corpo de Naldo Dias Salvador. O repórter tinha 54 anos e teria sido vítima de uma embolia pulmonar seguida de parada cardiorrespiratória. Chegou a ser conduzido à Santa Casa no sábado à noite, porém não resistiu.
Naldo Dias era setorista da Internacional desde 1982 e trabalhava na Gazeta de Limeira há mais de 20 anos. Escrevia as colunas Fala Naldinho e Rota de Informação. Fazia entrevistas e matérias especiais.
Na Rádio Educadora, participava do Painel Esportivo de segunda a sexta-feira e aos sábados apresentava o seu programa Pão na Chapa. Começou como repórter de futebol, mas em seguida tornou-se um dos mais brilhantes comentaristas do interior paulista.
Com uma grande veia humorística, era dono de vários bordões, como “oh paiiiiii” e “umas coisas”. Era parceiro da Copa Gazeta e muito respeitado no futebol amador da cidade.
Uma bandeira da Internacional estava em seu caixão. A diretoria leonina foi representada por várias pessoas, entre elas o presidente Paulo Eduardo Toledo Barros, o presidente do Conselho Deliberativo, Daniel Gullo de Castro Mello e o diretor Paulo Scavariello, o Liminha.
Durante o velório, Liminha disse que a Internacional deve homenageá-lo na próxima reunião do conselho. Uma das formas seria batizar a cabine 7 da Rádio Educadora no Limeirão com o nome de Naldo Dias. “Vamos prestar uma homenagem sim. É muito justo pelo tempo que ele cobriu o clube”, justificou.
Pitbull, apelido que ganhou do narrador esportivo Edmar Ferreira, também era o responsável pela segurança no Limeirão.
Naldo dormia pouco e sua adrenalina pelos assuntos policiais era evidente. Estava sempre nas principais ocorrências e era muito bem informado. Na verdade, ele sempre dizia que sonhava em ser policial, mas não tinha altura para o posto.
Baixinho, invocado, mas com um grande coração, Naldo Dias fazia de tudo para ajudar os mais necessitados. Fazia campanhas para arrecadar alimentos, brinquedos, utensílios e até dinheiro.
Foi o idealizador de um projeto de judô que atendia mais de 90 crianças no Batalhão da Polícia Militar de forma gratuita.
Parentes, amigos e fãs se despediram do repórter ontem na Igreja Presbiteriana Conservadora, do Jardim Caieiras e no Cemitério Parque de Limeira, onde foi sepultado. Naldo deixa a esposa Mara e os filhos Allan, Allana e Vitória.
*** Fotos – JB Anthero
Perdi um grande companheiro
Faltam palavras…sobram lágrimas…a morte de Naldo Dias nesta noite me deixou sem ação…uma tristeza profunda. Perdi um grande amigo que dividiu o microfone esportivo da Rádio Educadora comigo há 23 anos. Foram mais de mil jogos juntos. Minha primeira narração foi ao seu lado. Um comentarista de mão cheia. Um repórter polêmico, mas brilhante. Um cara animado, que nos divertia. Dormia pouco. Era o Milton Neves das propagandas. O amigo do Amador. O setorista mais antigo da Inter. Meu parceiro. Quanta tristeza….