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Einstein Limeira recebe secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento

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Por Edmar Ferreira

A Faculdade Einstein, de Limeira, recebeu o professor Luiz Celso Giacomini, secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento. A visita da autoridade do Ministério do Esporte está relacionada à Semana do Profissional de Educação Física.

Celso Giacomini está no Ministério dos Esportes desde 2002 e foi secretário Estadual de Espotes do Rio Grande do Sul. É professor de educação física aposentado e mestre em fisiologia. Esteve em seis Olimpíadas como dirigente nacional.

Giacomini esteve acompanhado de Maria Fernanda Ancatara Frias,  coordenadora de operações da Autoridade Brasileira do Controle do Doping no Brasil. Ela tem vasta experiência em missões internacionais, como campeonatos mundiais, Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Os dois participaram de uma palestra ontem no Anfiteatro II da Einstein, e em seguida responderam as perguntas dos alunos, com presenças do professor João Evangelista Macário, coordenador Pedro Zaros, e dos técnicos Telmo (basquete), Eliane Altimari (natação) e Alexandre Bigeli (tênis de mesa)

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Preocupa o fato de alguns patrocinadores deixarem de apoiar os atletas de alto rendimento?

Preocupa muito. A gente tem feito uma conclamação no sentido de que os patrocinadores acessem a Lei de Incentivo ao Esporte, que é uma forma de renúncia fiscal do governo federal de apoio ao esporte, pois usando esse mecanismo, a empresa em vez de pagar o imposto ao governo, investe no esporte. Por isso, não tem nenhum tipo prejuízo e pode alavancar uma modalidade em sua cidade. O esporte é uma ferramenta de transformação social muito importante para qualquer sociedade.

Das modalidades, qual foi mais prejudicada?

Veja bem, dos esportes coletivos por exemplo, o handebol perdeu o apoio o Banco do Brasil e dos Correios. São fatias significativas. As estatais parecem que estão saindo do esporte e isso é algo que tem que ser revisto. O futuro governo deve reaver essa situação e voltar a apoiar o esporte.

Não podemos nos contentar com 17 medalhas. Nós somos um país continental. Temos que criar uma política nacional que descubra os talentos. Eu defendo um plano de municipalização do esporte, onde o recurso vai direto ao município, e ele se encarrega no início do ensino fundamental um investimento sério no esporte e que a média a longo prazo tenhamos atletas de alto nível em todas as cidades do Brasil.

Na última Olimpíada o Brasil terminou em 12º lugar, com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze. Foi a contento ou o senhor esperava mais?

Em termos de projeção do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o Brasil teve uma boa participação no Rio de Janeiro, mas eu não consigo me contentar em ver o nosso país, que é continental, atrás , por exemplo, de países que têm 10% da nossa população. É por isso que temos que rever toda essa metodologia e a descoberta de talentos em todas as cidades brasileiras.

Por outro lado, o COB não fez uma projeção para a próxima Olimpíada, que será em Tóquio. Qual o motivo?

Nunca temos que fazer uma projeção em se tratando de esporte. Ele é imponderável. Às vezes contamos com vitórias em certas modalidades e elas não acontecem, e em outras onde você não está esperando, elas vêm. Vamos participar com a nossa delegação e esperamos os melhores resultados. Vale lembrar que teremos menos atletas no Japão, uma vez que no Brasil podíamos competir em todas as modalidades por ser o país sede.

E quanto ao fuso horário de Tóquio?

O Brasil normalmente faz uma boa adaptação. Vai com antecedência, escolhe bons locais e fazem uma adaptação correta. Existe um acompanhamento específico. Estamos bem aparelhados.

Brasil é um celeiro de atletas?

Sim, mas falta uma metodologia para descobrir esses novos talentos. Pela falta de um canal de desenvolvimento para o esporte, um talento acaba se perdendo, até pela cobrança dos pais. A família obriga ele desviar a atenção do esporte. Os Jogos Escolares, por exemplo, dentro daquilo que se pensa em um plano de municipalização do esporte, podem solucionar isso. Sendo assim, teríamos mais segurança em investir em atleta com o Bolsa Atleta, ou seja, estaríamos apoiando gente que realmente tem condição de chegar em um Mundial ou em uma Olimpíada.

O senhor sabia que em Limeira muitos atletas que saem dos Jogos Escolares representam nossa cidade em Jogos Regionais?

Sim, li muito a respeito disso, e fiquei muito feliz. O que o professor Macário faz na Einstein é algo espetacular. Chegou a levar uma delegação de 170 atletas para a Europa. Isso é fantástico.

Gostou de Limeira?

Estou deslumbrado. É a primeira vez que venho a essa cidade. Foi graças a um convite do professor Macário. Somos amigos há mais de 30 anos. Foi inclusive meu adversário no handebol, mas permaneceu meu amigo. Estou impressionado com a estrutura desta faculdade.

Eu sou de uma universidade federal de Santa Maria, no Rio de Grande do Sul, com 62 cursos. Mas aqui fiquei impressionado mesmo com a competência dos professores a estrutura dada aos alunos. Precisamos estimular uma conjugação entre governo municipal e Einstein e a interferência do Ministério dos Esportes trazendo alguma coisa de financeiro que possa ajudar esse desenvolvimento.

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