Por Edmar Ferreira
Roberto Martins está de volta a Limeira após acompanhar dois jogos da Copa do Mundo da Rússia. O empresário e comentarista da Segunda Esportiva assistiu a vitória da França sobre a Bélgica por 1 a 0, em San Petersburgo e a conquista dos franceses diante da Croácia na Rússia.

De todas as Copas do Mundo que você assistiu in loco, essa da Rússia foi a melhor?
Sem dúvida. A Fifa conseguiu se aperfeiçoar com o tempo e proporcionou para aqueles que estiveram na Rússia uma grande competição. Organização, a beleza dos estádios, a facilidade para entrar, enfim, foi tudo perfeito.
Por exemplo na Copa da França eu consegui meu ingresso faltando um minuto para começar o jogo. Eles queriam evitar duplicidade nos bilhetes. Fiquei em estava de nervos.
Na Rússia a gente tinha tempo. Sem contar a grande área em torno do estádio. A gente andava quase 2 km para chegar no portão de entrada. O único problema é que a Rússia não é um país comercial. Não existe o consumismo como na América. Com exceção dos produtos licenciados da Fifa, quase não tínhamos opções de lembranças para trazermos ao Brasil.
Os estádios são realmente diferenciados?
Eles são lindos e modernos. A gente elogia bastante o Allianz Parque aqui no Brasil, mas não chega nem aos pés daqueles que vi na Rússia. Não tem comparação.
O de San Petersburgo por exemplo, parece uma nave espacial. No entorno fica trocando de cores em um show de luzes. É fantástico. O de Moscou traz a história do país. Sem contar a área ao redor que é importantíssima.
Você se encantou com Bélgica e Croácia?
Não só eu, mas todos que estiveram na Rússia. Para se ter uma ideia, ninguém estava preparado para o sucesso dessas duas seleções. A gente não encontrava sequer a camisa delas para comprar.
Você assistiu França 1 x 0 Bélgica. Se o Brasil tivesse passado pela Bélgica, eliminaria a França?
Infelizmente quando eu estava indo para a Rússia o Brasil estava voltando. Eu acho que a nossa seleção perdeu a grande chance de ser hexa. Foi a Copa do Mundo mais fraca tecnicamente falando. Para começar, não tínhamos Itália e Holanda. Depois, Alemanha e Espanha ficaram no meio do caminho.
Além disso, não vi nada na França. É apenas uma seleção determinada que seguiu o mesmo esquema tático do começou ao fim. Ou seja, não inventou.
Na sua opinião o Modric foi o melhor da Copa?
Um dos. Na minha opinião o melhor foi o Hazard, que fez história com a Bélgica. Difícil encontrar um meia canhoto tão bom quanto ele. Joga demais. Pena que o Brasil não tenha um jogador com estas características.
Você torceu para a Croácia na final?
Com certeza. Com exceção dos franceses, todos queriam ver a Croácia campeã. Até no estádio, 80% estavam na mesma torcida pela seleção. Tanto é verdade, que os croatas foram ovacionados na premiação.
Foi uma seleção que deixou uma bonita imagem na Copa. E olha que estava cansada em razão de três prorrogações e mesmo assim, encarou os franceses de igual para igual. Quando tomou o segundo gol, aí sentiu e perdeu sua força.
Para fechar, você encontrou muitos brasileiros na Rússia?
Muitos. Em todo lugar que você ia tinha alguém de camisa amarela. Vi muitos mexicanos e argentinos também. Curiosamente, vi muitos torcedores com a camisa do Palmeiras. Inclusive fui com a minha.
Senti uma decepção muito grande neles. Os brasileiros esperavam ver nosso time ir mais adiante e não cair nas quartas de final.
Que sirva de lição para o Tite. Estamos bem atrasados em relação aos europeus. Enquanto brincamos de bobinho no gramado, os europeus finalizam o treino tático no aquecimento. E outra, chega de levar os amigos do técnico para a comissão técnica.
É preciso convocar os melhores de cada setor. Temos que evoluir, caso contrário, continuaremos nessa mesmice.

Com o repórter a apresentador Alex Escobar

Os filhos Matheus e Lucas Martins com o comentarista PVC