Por Edmar Ferreira
Se alguém falar que o goleiro menos vazado do 72º Torneio 1º de Maio de Limeira era um zagueiro improvisado, você acreditaria? Pois bem, Ronaldo Almeida Acosta, de 36 anos, conseguiu entrar para a história da competição, graças a este feito pela Ajinomoto. Foram cinco jogos e nenhum gol sofrido.
Morando em Limeira desde os dois anos de idade, o becão tem mais de 15 títulos entre Campeonato Amador e Copa Gazeta. E olha que vestiu a camisa de apenas três times: Santa Cruz, Eletro-Inter e CRA.
Filho de Antônio Ferreira Acosta e Zilda de Almeida Acosta, Ronaldo é casado com Janaina Acosta e tem uma filha que é fanática por futebol, Luryan, de 12 anos.
Como você foi parar no gol? A Ajinomoto não tem goleiros na empresa?
Veja bem, a Ajinomoto tem goleiro sim, mas infelizmente ele optou por não disputar. Não quis encarar o torneio. Me coloquei à disposição do nosso coordenador Sérgio. Fizemos dois amistosos e contra a Fumagalli eu fui bem demais. Logo após a partida ele confirmou que eu seria o goleiro. Aceitei o desafio.
Você já tinha atuado como goleiro?
Em uma partida inteira, nunca. Mas nos meus vários anos de futebol amador em Limeira sempre que o goleiro era expulso e não havia mais trocas a fazer, eu ia para o gol. E quase sempre me saía bem. Gosto desta posição.
Você ficou nervoso no Torneio 1º de Maio?
Se eu falar que não, estarei mentindo. O primeiro jogo foi terrível. Eu torcia para a bola não vir para o gol. Mas a gente formou um time muito forte. Nossos volantes Celso e Diego marcam muito. Na zaga tínhamos a liderança do Douglão e a raça do Wesley. Nossos laterais Cabeça e Afonso também guardavam a casinha direitinho. Eu sabia que dificilmente a bola chegaria em mim. Contra a Mahle por exemplo, alguns jogadores, como por exemplo o Catê, me conheciam e pediam para seus companheiros chutarem de longe, porque eu não era goleiro. Quando passou a primeira fase e eu não tomei gol em três jogos, minha confiança aumentou consideravelmente.
E nas finais, você foi muito exigido?
Na verdade eu nunca vi tanto chuveirinho contra minha equipe como no Primeiro de Maio. Esse era meu medo. Era um Deus nos acuda. Eu não tenho treinamento e muito menos tempo de bola. O Diego ficava bravo comigo, mas sabia que eu estava apenas quebrando o galho.
Contra a Faurecia na final, você chegou a temer pelo pior?
A gente estava enfrentando a atual bicampeã. O time deles é uma verdadeira seleção do amador. Mas nossa confiança era tão grande, que não tinha como dar errado. O gol do Evandro logo no início da final nos ajudou demais. Méritos para nossa defesa que foi gigante no jogo. O nosso título foi muito merecido.
E a partir de agora, será goleiro?
Da empresa com certeza (risos). No Campeonato Amador espero jogar na linha, como zagueiro que sou, mas se pintar um convite para o gol, vou aceitar. Gostei da brincadeira.