Por Edmar Ferreira
Um dos times do interior mais respeitados no Brasil está em festa. A Associação Atlética Internacional completa 104 anos de fundação. Ao contrário dos anos anteriores, hoje realmente tem o que se comemorar, afinal de contas, fazia tempo que o Leão não passava por um momento tão positivo.
E lembrar que a Internacional foi do céu ao inferno em apenas cinco anos. Em 2005, o Leão voltou a disputar a elite do futebol paulista, após conquistar a Série A-2 no ano anterior, com Pintado no comando.
Mas no mesmo ano o alvinegro retornou para A-2. O rebaixamento aconteceu no dia 03/04/2005, com a derrota para o Rio Branco por 3 a 1, em pleno Major Levy.
Mal sabia o torcedor que a derrocada seria grande e que o tradicional time limeirenses pararia na última divisão do futebol paulista. Caiu para A-3 em 2008 e para a Segundona em 2009. Por sorte, permaneceu apenas um ano no fundo do poço e voltou para A-3 em 2010, sob o comando de Claudemir Peixoto.
E o sofrimento continuava, pois de 2011 a 2017 a Inter disputou a Série A-3, quase sempre batendo na trave para subir. Isso aumentava a angústia do torcedor. Fracassou nos quadrangulares de 2012, 2013, 2014 e 2015, quase sempre em casa.
Em 2016, graças a chegada do técnico João Vallim na metade da competição, a Inter escapou na última rodada de voltar para a Segundona. A vitória por 2 a 1 diante do Primavera, em Indaiatuba, salvou a Veterana do rebaixamento.
Mudança
A história da Inter começou a mudar exatamente após a Série A-3 do ano passado. Foi quando Celso Potechi decidiu ajudar o clube, elaborando um projeto ousado e inovador. No início eram quase 50 abnegados, mas com o passar do tempo esse grupo foi perdendo pessoas importantes e ficou restrito em apenas nove cotistas.
Graças ao dinheiro desses leoninos de quatro costados, a Internacional conseguiu equilibrar as finanças, honrou os compromissos com os jogadores e como recompensa, ganhou o acesso para a Série A-2.
Este ano tem sido mágico para o Leão. Além da grande campanha na Série A-3 (25 jogos, 14 vitórias, 6 empates e 5 derrotas), que culminou com o vice (derrota para o Nacional por 2 a 0), a Internacional está literalmente voando na Copa Paulista.
Com a base da A-3 mantida, João Vallim provou aos torcedores que esse time está no caminho certo. Em 12 jogos, venceu oito, empatou três e perdeu apenas uma partida (para o Desportivo Brasil por 2 a 1, em Porto Feliz). Com 75% de aproveitamento, fez a melhor campanha da fase inicial entre todos os grupos.
Na segunda fase começou tropeçando em Taboão da Serra por 2 a 1, mas deu a volta por cima com a vitória diante do Água Santa por 1 a 0, no Limeirão e o empate com sabor de vitória sábado em Araraquara, diante da Ferroviária por 2 a 1.
Neste sábado, a Inter abre o returno justamente contra a Ferroviária, às 17h, no Limeirão. A diretoria leonina gostaria muito que os torcedores comparecessem em bom número e que a vitória fosse comemorada como um presente, com direito ao “parabéns à você”.
Jogadores, comissão técnica e diretores sabem que a Internacional tem grande chance de disputar o título da Copa Paulista, pelo elenco que tem, mas principalmente pelo entrosamento.
É a grande chance do Leão voltar a disputar uma competição nacional, algo que não acontece desde 2003, quando foi eliminado no mata-mata para o União Bandeirante. Perdeu o jogo de ida por 2 a 0 no Paraná e venceu no Limeirão por 1 a 0. Ou seja, já são 14 anos fora do Brasileiro.
Elite
Mas a Inter já está pensando na Série A-2 de 2018. O planejamento está sendo feito e o que mais se ouve nos corredores do Limeirão é: “tem coisa boa chegando”. Quem sabe seja o acerto com a Ajinomoto, empresa que estampou a sua logomarca na camisa do Leão em 1986, no título paulista.
O próprio Limeirão está sendo preparado para a competição. Melhorias estão sendo feitas quase que diariamente. Atualmente, o vestiário do visitante está recebendo piso de borracha, armários, bancos almofadados e até uma banheira de imersão.
Um dos projetos é a melhoria da fachada do Major Levy. Faz tempo que o local não recebe uma pintura. Muito provavelmente para a Série A-2 o local ganhe uma nova cara, afinal, o público presente será maior e a presença da imprensa de todo interior também.
Os adversários da Inter na A-2 serão: Água Santa, Rio Claro, Batatais, Guarani, Juventus, Sertãozinho, Penapolense, Taubaté, Oeste, XV de Piracicaba, Portuguesa, Votuporanguense, São Bernardo, Audax e Nacional.
Números
A última partida da Internacional na Série A-1 foi no dia 17 de abril de 2005. Naquele dia, por pouco o Leão não deu um WO por falta de jogadores.
Osmar Cetim foi o grande responsável por evitar o que seria uma tragédia para o clube. Ele conseguiu convencer os jogadores a viajar para São José do Rio Preto para enfrentar o América. Nem técnico a Inter tinha. Marquinhos Domingues, hoje na Tailândia, comandou a equipe. O time da casa venceu por 2 a 1, de virada, gols de Danilinho (hoje no Vitória) e Finazzi. Rafael Marques marcou para a Veterana.
Daquela partida até hoje, a Inter disputou 361 jogos longe da elite. Foram 139 vitórias, 89 empates e 133 derrotas. O ataque marcou 455 gols e a defesa sofreu 460.
Fernando Russi é o maior artilheiro pós 2005, com 28 gols. Diego Carioca tem 18 e Tom, o “Barba Assassina” tem 17.
Base também vive bom momento
A fase da Inter é tão boa em 2017, que as categorias de base acompanham o sucesso. O time Sub-17 por exemplo, comandado por Denis Augusto, está na liderança da terceira fase e no sábado enfrenta o Primavera, em Indaiatuba. Se vencer, praticamente garantirá sua classificação para as finais.
No Sub-11, o “Leãozinho” avançou para o mata-mata do Campeonato Paulista e enfrentará o Batatais. Jogo de ida será no domingo, às 9h, no Estádio Osvaldo Scatena, em Batatais.
O Sub-13 também fez bonito e a exemplo do 11, disputará o mata-mata do Campeonato Paulista. Seu adversário será o Botafogo de Ribeirão Preto. Jogo de ida está marcado para domingo, às 10h30, no Limeira FC.