Por Denis Suidedos
Galista de corpo e alma. Este é Nicola Barbato, de 78 anos, novo homem forte do Independente Futebol Clube.
Barbato, pai de Silmara Antônia Barbato e Sidnei Barbato, esposo de Isolina Asbahr Barbato, chegou em Limeira em 1960 e, desde então, vibra pelas cores do Independente. “Torço para a agremiação desde a época do Amador”, disse sorrindo.
Após as saídas da presidente da diretoria, Fátima dos Anjos, além da gestão do conselho deliberativo que excluiu vários conselheiros, o clube ficou sem representante legal.
Assim, mediante medida cautelar, Nicola Barbato foi escolhido pelo conselho para, no período de transição, representar a entidade pelos próximos 180 dias.
Se faltam palavras, até pela timidez, sobram caráter e amor pelo Galo da Vila. Seu Nicola, como é conhecido, nos recebeu no Pradão, na tarde da última terça feira, onde concedeu entrevista exclusiva para a Gazeta de Limeira.
Como se tornou conselheiro do clube?
Barbato – Foi em meados de 1974, quando recebi o convite do amigo Frederico Ivers. De lá para cá, com muito orgulho, me misturo com a história do Galo.
Quem será o presidente do Conselho Deliberativo?
Barbato – Por enquanto, só o Luis Paulo de Oliveira se pronunciou. No que depender de nós, acredito que ele será eleito no próximo dia 5 de outubro, data que nos encontraremos para definir esta questão.
Qual o tamanho do estrago deixado no Independente?
Barbato – Acabaram com tudo. Aos poucos aparecem as dívidas e as questões para serem resolvidas. Cada dia tem uma nova. Até com cozinheiras tivemos problemas. Uma delas, inclusive, não sabe se processa o clube ou a antiga parceira, pois teve problemas financeiros.
E os conselheiros excluídos?
Barbato – [Cara de bravo] Não pode, né. Foi vergonhoso, pois mexeu com a história de muita gente importante aqui dentro. Não tenho dúvidas de que essa atitude contribuiu com o rebaixamento. Muitas pessoas boas se afastaram daqui. Não tínhamos clima.
Certa vez, quando fui ao Pradão, fui barrado por três seguranças. O senhor, presente, foi contra essa atitude?
Barbato – Fiquei revoltado. Onde já se viu barrar o trabalho de vocês, que são parceiros de tantos anos? Outra vez fiquei bravo, pois chegou uma senhora com seu filho, que treinava na base. Vieram de Americana e, infelizmente, foram barrados pelos seguranças. Questionei e fui informado que eram ordens da presidência. Fiz liberar para que a senhora ao menos pudesse tomar uma água, mas já era tarde. Ela foi embora muito brava.
O Galo sobe?
Barbato – Acho difícil, pois a série é muito difícil, são vários times, mas vamos trabalhar para isso.
Por que o Galo caiu?
Barbato – Foram várias situações, mas a falta de dinheiro foi a principal. Sem o Piá e seus parceiros, fatalmente daríamos W.O. Faltavam documento, salário, alimentação, transporte, enfim. Ele que correu atrás de tudo para que pudéssemos terminar com honra.
O conselho foi omisso?
Barbato – Foi e não foi. Não participei de nenhuma reunião, até porque, como disse, não havia clima. Muitos dos antigos e até os novos galistas se afastaram. Nós não sabíamos da realidade. Betinho entrou, saiu e infelizmente a sequência foi trágica. Agora, aos poucos, até com o trabalho do Luis Paulo e do Júnior, os conselheiros estão voltando.
Qual a maior alegria e a tristeza mais marcante?
Barbato – Alegria foi em 2007, quando o time conquistou a Energil C, pois eu era presidente. Já a tristeza, sem dúvida, foi a última queda.
Ficou emocionado em ser nomeado?
Barbato – Peguei porque precisava. Não tinha como inscrever jogadores, dar entrada na Federação Paulista e outras situações. Amo este clube como se fosse um membro da minha família. Aliás, em casa, somos todos independentinos.
E as atas?
Barbato – Estamos na expectativa, pois segundo o advogado Thiago Mesquita, agora sai. Porém, a última administração disse a mesma coisa durante anos, mas não saiu. Vamos torcer.
E a história de que tudo era culpa da imprensa?
Barbato – Era o maior absurdo que ouvia. Acompanho o trabalho de vocês há anos e, enquanto presidente do conselho ou da diretoria, quando precisei, estenderam a mão para o clube. Se não fosse o trabalho que o dr. Roberto Lucato faz, no rádio, tevê e jornal, não saberíamos nada do que se passa no esporte de Limeira.