Por Edmar Ferreira
Aproveitei minha estadia em Montevidéu em outubro de 2014, no Uruguai, onde acompanhei a Winner/Limeira na Liga Sul-Americana de Basquete, para visitar o lendário Estádio Centenário, hoje com capacidade para 65.235 espectadores.
A própria entrada já é um cartão de visita: “Monumento do Futebol Mundial”.
Antes de entrar propriamente no estádio, dei uma passadinha no treino do modesto Miramar, time comandado pelo técnico Pecho Sanchez. Naquele dia a tensão era grande, pois a equipe corria um sério risco de rebaixamento para a Terceira Divisão.
Atravessei a rua e voltei ao Centenário, que a exemplo dos estádios do Brasil, sofre nas mãos dos pichadores. Em quase todos os muros existem frases, muitas delas agressivas.
Com a permissão da diretoria, adentrei a um dos pontos turísticos mais visitados no Uruguai. E a primeira impressão é a que fica: que estádio lindo.
Construído para sediar a Copa do Mundo de 1930, ele foi inaugurado com atraso em razão das fortes chuvas. No dia 18 de julho de 1930 aconteceu enfim o primeiro jogo: Uruguai 1 x 0 Peru, gol de Hector Castro.
O nome deve-se à celebração do 100º Aniversário da Primeira Constituição do Uruguai.
O Centenário recebeu 10 jogos daquele Mundial, incluindo a final entre Uruguai e Argentina, vencida pelos uruguaios por 4 a 2. Neste dia foi registrado inclusive o recorde de público com 93 mil pagantes.
Também recebeu jogos dos Copa América de 1942, 1956, 1967 e 1995, todas vencidas pelo Uruguai, que em casa se tornou praticamente imbatível.
Os uruguaios são tão fanáticos por futebol quanto os brasileiros. O Uruguai pode ser um país pequeno, mas possui muita tradição no esporte.
A seleção uruguaia já venceu duas Olimpíadas e duas Copas do Mundo.
Além disso, os dois times locais mais populares são Peñarol e Nacional, que juntos conquistaram oito títulos da Taça Libertadores da América e seis títulos mundiais de clubes.
O local é visitado quase que diariamente por turistas e principalmente, alunos. No dia anterior a visita, o Peñarol goleou o Atenas por 4 a 1 pelo Campeonato Uruguaio. Sendo assim, trabalho dobrado para o pessoal da limpeza.
É um lugar místico. Impossível não respirar futebol aqui.
Recentemente o Centenário foi ampliado, mas o tempo castiga. A arquibancada está cedendo e pedaços do concreto podem virar arma por exemplo em uma briga de torcida. O local necessita de reparos.
Dois elevadores conduzem os visitantes até o reativado mirante da Torre das Homenagens, símbolo do estádio, construído para receber a primeira Copa do Mundo, em 1930.
Do alto dos 100 metros da torre, os visitantes tem uma visão aérea do estádio e também de Montevidéu.
Fui do outro lado do Centenário, onde ficam as cabines de imprensa. Infelizmente elas estavam fechadas.
Veja a matéria que fiz para a Segunda Esportiva da TV Jornal, na companhia de Fernando Carvalho e Carlos Gomide.