Por Edmar Ferreira
Em entrevista ao Painel Esportivo da Rádio Educadora 1020 AM ontem à noite, Celso Potechi, superintendente da Internacional, disse que está decepcionado com a falta de apoio dos empresários da cidade e até mesmo dos torcedores leoninos.
Potechi disse que apesar da saúde do clube não ser das melhores, os compromissos estão sendo honrados, graças a empréstimos que foram feitos por um grupo. “Quero deixar claro que apesar de todas as dificuldades, as contas estão em dia”, afirmou.
Disse que nem as latas de tinta a Internacional conseguiu e que precisou comprá-las. Segundo ele, apenas 20% do planejamento foi executado até agora e que das 34 pessoas que começaram o Projeto 2017 em junho do ano passado, apenas 10 seguem ao lado do dirigente.
Potechi lembrou que a crise econômica assolou o país, mas ao mesmo tempo não entende como a Inter não consegue apoio diante de muitos empresários leoninos na cidade.
“Muitos deles falam que gostam da Inter, que torcem, mas não ajudam. Onde estão os leoninos? Onde estão os torcedores? Nosso plano de sócio-torcedor também está sendo uma decepção. Estamos de portas abertas e não vamos jogar a toalha”, desabafou.
Celso foi mais além.
“Não esperava que fosse tão difícil assim. Sei que todos os clubes passam por problemas financeiros. Para se ter uma idéia, deixamos sete espaços na camisa da Inter para os patrocinadores. Conseguimos apenas três até agora. Temos até o dia 10 para fechar mais quatro, pois a Série A-3 está prestes a começar e precisamos confeccionar nossos uniformes. Parece que você precisa ficar de joelhos e pedir pelo amor de Deus para alguém ajudar”, frisou.
O que mais chateia o superintendente, é que dentro de campo a Internacional formou uma grande equipe, com o experiente João Vallim no comando.
“Nesse ano não vamos decepcionar e brigar para não cair. Vamos lutar pelo acesso. Assisti o amistoso Inter 0 x 0 Rio Claro e gostei do que vi. Estamos no caminho certo. É uma pena que fora de campo não estamos conseguindo obter êxito naquilo que planejamos. Não é fácil começar o mês sabendo que a Inter precisa pagar R$ 120 mil da folha de pagamento, mas arrecada apenas R$ 30 mil”, confidenciou.
Essa falta de apoio financeiro fez a Inter brecar nas contratações. “Poderíamos contratar mais três jogadores para a Série A-3, mas não temos dinheiro. Queremos honrar nossos compromissos. Desta forma, três jogadores subiram da base. Foi a forma que encontramos nesse momento”, contou.
Potechi contou que vai se reunir hoje oficialmente com o prefeito Mário Botion.
“É uma esperança que tenho. Votei no Mário e sei que ele fará muita coisa para os dois clubes da cidade. Já tivemos seis reuniões preliminares e eles sabem da nossa situação. O próprio vice-prefeito, Dr Júlio César Pereira dos Santos, que é leonino assumido, me acompanhou em algumas visitas que fizemos a empresas da cidade. Ele está fazendo de tudo para ajudar. Também agradeço o apoio do empresário Roberto Martins”, disse.
Caso Lucas Lima
O superintendente disse que a sua administração não receberá nenhum centavo se o meia Lucas Lima for vendido para a China.
“O dinheiro que a Inter receberia desta venda por ser a formadora do jogador já está comprometido. Ele servirá para pagar dívidas e acredito que nem todas elas serão quitadas. Tomara que esse dinheiro venha realmente. Ouço muita gente falando que eu só estou na Internacional por causa desta venda do Lucas Lima. Isso é um absurdo. É gente maldosa”, criticou.
Potechi prometeu que tomará medidas drásticas contra os conselheiros que, segundo ele, só aparecem no clube em dia de festa e para usar a tribuna, o estacionamento e não pagar ingresso. “A Inter tem dezenas de conselheiros, mas conheço só meia dúzia. A gente precisa de conselheiros atuantes”, cutucou.
Para fechar, Celso disse que, por enquanto, a Inter não entrou em desespero. “Parece que estamos sendo testados. Ainda tenho esperança que tudo vai se acertar, mas para isso é preciso que os leoninos abram os olhos e nos apoiem. Esse ano tudo vem sendo feito de forma correta, com transparência e acima de tudo, honestidade. Não é possível um projeto desse não dar certo”, completou.